domingo, 5 de junho de 2011

Poema teatro

Seu abraço quente, cheio de ternura
Aqueceu-me o coração órfão
e antigo, cheio de saudade:

_Diz-me das verdades acontecidas
por São Paulo... Pois eu
aqui no interior desta província...

Crio gado, porcos, cobertores,
jornais, meus livros velhos de Direito.

Minha cozinha em desuso
acaba de ganhar cheiro de mingau.
E gôsto de quem cuidou de mim.

(Que desperdício deixar uma
colher desta receita no prato...)
A moça que aqui está, morreria
de tristeza ao ver minha tristeza,
transmitida por um agrado seu...

_Amanhã sairemos para a feira.
A primeira do mês, é sempre
esperada!

Onde paramos e almoçamos
comida feita pelos outros.